Investir em fundos de ações pode parecer desafiador, mas com a abordagem certa, é possível aproveitar ciclos positivos da Bolsa
e obter resultados expressivos ao longo do tempo.
Este artigo explora o cenário atual, compartilha dados recentes e oferece estratégias práticas para quem deseja surfar
nas oscilações do mercado brasileiro de renda variável.
Fundos de ações, ou FIAs, são veículos de investimento coletivo que aplicam pelo menos 67% de seu patrimônio em ações
de empresas negociadas na B3. Ao adquirir cotas, o investidor delega à equipe de gestão a escolha dos ativos, a
análise de valuation e o reequilíbrio da carteira.
Existem fundos de gestão ativa, que buscam superar benchmarks como o Ibovespa, e fundos de gestão passiva ou
indexados, que replicam a composição de índices. Cada modalidade tem prós e contras:
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por um momento de alta significativa na Bolsa brasileira. O Ibovespa registrou
alta acumulada de mais de 8% no primeiro trimestre e chegou a 15,8% de valorização até junho.
Esse movimento foi impulsionado por fatores como baixa exposição de investidores locais à renda variável, rotação global
para mercados emergentes e precificação de riscos do Brasil em patamares mais atrativos.
Os resultados dos FIAs acompanharam esse rali: 66,51% dos fundos de ações superaram o Ibovespa no primeiro
semestre e 85,5% bateram o CDI, um contraste marcante em relação ao passado recente.
A consistência de desempenho dos fundos de ações tem sido um desafio no longo prazo. Entre 2019 e 2024, apenas 12,84% dos
FIAs conseguiram superar o CDI acumulado de 51% nesse período. Em 2024, esse percentual foi de 16,71%.
Em termos de rentabilidade anual, o CDI rendeu 5,9% no primeiro semestre de 2025 e 10,9% em 2024, mostrando como a renda
fixa ainda pode competir com a renda variável quando o mercado não está em alta pronunciada.
Apesar da recuperação em 2025, a Bolsa opera em um patamar de preço/lucro de 9,4 vezes (sem Petrobras e Vale),
abaixo da média histórica de 12,1. Isso indica que muitos papéis ainda estão baratos em termos relativos, refletindo
riscos estruturais já incorporados nos preços.
Para o investidor, essa combinação de crescimento recente e valuation atrativo pode representar uma oportunidade
de entrar em ativos com potencial de valorização adicional.
Entre os fundos que mais se destacaram no primeiro trimestre de 2025, vale citar:
Para montar uma carteira equilibrada, considere fundos que atendam a estes critérios:
O processo de investimento é simples e pode ser feito em poucos passos:
O calendário da B3 em 2025 oferece flexibilidade, com operação disponível na maioria dos feriados nacionais e paulistas.
Para aumentar as chances de ganhos consistentes, adote uma abordagem disciplinada:
Fundos de ações são indicados para investidores com tolerância à volatilidade e visão de longo prazo. Riscos
de oscilações bruscas, perdas temporárias e mudanças macroeconômicas devem ser considerados.
Manter a disciplina e resistir a movimentos emocionais é fundamental. Só assim é possível aproveitar plenamente
o potencial de valorização do mercado acionário brasileiro ao longo dos anos.
Com planejamento adequado e escolhas embasadas, os fundos de ações podem ser um pilar central de uma carteira de investimentos
que busca crescimento real de patrimônio e proteção contra a corrosão da inflação.
Referências