Os fundos de baixa liquidez têm ganhado destaque no Brasil em busca de retornos superiores, mas carregam peculiaridades que todo investidor deve compreender antes de alocar recursos. Neste artigo, exploramos em detalhes o conceito, os riscos, as oportunidades e as melhores práticas para quem deseja incluir esses ativos em sua carteira.
Entender a liquidez é o primeiro passo para tomar decisões conscientes e alinhadas ao perfil de cada investidor.
Liquidez é a facilidade e rapidez de conversão de um ativo em dinheiro sem causar perdas expressivas de valor. Ativos de alta liquidez, como ações do Ibovespa ou títulos públicos, podem ser vendidos em dias ou até horas (D+1 ou D+0). Já os fundos de baixa liquidez exigem prazos mais longos e, em alguns casos, limitam resgates apenas na data de vencimento dos ativos.
Exemplos típicos incluem títulos de crédito privado, Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI/LCA), além de participações em empresas via private equity ou investimentos imobiliários exclusivos.
A liquidez de um fundo reflete a capacidade de seus ativos subjacentes serem negociados no mercado. Fundos compostos por ativos ilíquidos normalmente estabelecem prazos de resgate em D+30, D+60 ou D+90, tempo necessário para que o gestor separe e venda títulos sem impactar de forma drástica os preços.
Em cenários de stress financeiro extremo, alguns fundos podem suspender resgates para preservar o patrimônio coletivo, conforme já ocorreu em diferentes momentos do mercado brasileiro.
Fundos ilíquidos são indicados para quem não precisa de acesso imediato aos recursos e possui perfil arrojado. É essencial analisar o regulamento do fundo, prazos de resgate, estratégia do gestor e histórico em momentos de crise.
Antes de investir, pergunte-se: qual é minha necessidade de liquidez nos próximos meses? Quanto maior a demanda por acesso rápido, menor a alocação recomendada em ativos ilíquidos.
Atualmente, há diversos fundos imobiliários e de crédito privado com resgates em D+30, D+60 ou superiores. Em 2020, sob forte pressão de resgates, vários fundos de crédito suspenderam saídas, afetando milhares de investidores.
Confira abaixo exemplos típicos de classes de ativos:
No Brasil, juros historicamente altos motivam a busca por alternativas de maior rentabilidade. Consequentemente, cresce o interesse por fundos de baixa liquidez, apesar dos riscos associados a mudanças regulatórias ou crises de crédito.
É fundamental acompanhar o ambiente macroeconômico e possíveis ajustes na legislação, pois eles afetam diretamente o prêmio e o risco desses fundos.
Para minimizar surpresas, siga algumas práticas recomendadas:
Liquidez Imediata (D+0): recursos disponíveis no mesmo dia. Alta liquidez: resgates em poucos dias úteis. Liquidez no vencimento: resgates apenas na data acertada. Spread: diferença entre preço de compra e venda. Prêmio de iliquidez: remuneração extra para esperar mais tempo.
Referências